domingo, 13 de abril de 2025

OPUS 8 SELECTA DE POESIA

É com muita satisfação e orgulho que anuncio a minha colaboração na OPUS 8 SELECTA DE POESIA editada pela Temas Originais. Um agradecimento especial ao Xavier Zarco que mantém vivo e acessível ao comum dos mortais o interesse pelo labor poético.




domingo, 6 de abril de 2025

O REGRESSO DOS ANDORINHÕES


 

O livro é uma edição de 2022, 802 páginas, só agora o descobri, mas vale muito a pena. O retrato de uma classe média perdida, exausta e em constante fragmentação.


“Chega um dia em que uma pessoa, por mais parva que seja, começa a compreender certas coisas. A mim aconteceu-me a meio da adolescência, talvez um pouco mais tarde, pois fui um rapaz de desenvolvimento lento e, segundo Amalia, incompleto. 

À estranheza inicial seguiu-se a decepção e depois já foi tudo um arrastar-me pelos chãos da vida. Houve épocas em que me identificava com as lesmas. Não digo isto por ser feio e viscoso nem por hoje ter tido um dia mau, mas sim pela maneira como estes bichos se deslocam e pela existência que têm, dominada pela lentidão e pela monotonia.

Não vou durar muito. Um ano. Porquê um ano? Não faço ideia. Mas esse é o meu limite último.”

sábado, 5 de abril de 2025

POLAROID

 



Cristina Ferreira em anúncios da Betclic, chocolate do Dubai, desmaios no “Casados à primeira vista”, Tiago Grila a gozar com a GNR e a CMTV, pionés, jacarandás, mais de 30 mil viram vídeo de alegada violação em Loures.

Polaroid de um país à beira-mar adiado.

quinta-feira, 3 de abril de 2025

REVISTA MEER - ARTIGO DE ABRIL



O meu artigo de Abril na revista MEER.

Um texto sobre a vulnerabilidade.
“Nada lamento na existência, nem desaires, nem acidentes, assim como já não me emociono nem com a desgraça nem com o elogio. A vida tornou-se num submisso estado de observação.”

terça-feira, 4 de março de 2025

REVISTA MEER - ARTIGO DE MARÇO

 


O artigo de Março na revista MEER.

Sinto que me regularam a vontade, uma tontura plural que me faz esquecer de pequenas coisas com maior frequência, nos intervalos tento enumerar as vantagens que a urbanidade me trouxe. Acho que foi a tomada de consciência do rolo compressor em que o tempo ou a sua passagem se tornou. Imagino o mundo sem a noção de tempo e espaço e acabo, em sonhos, como escravo fustigado na Roma antiga ou servo da gleba na idade média. Olhando para o que sou e o que faço não vejo a diferença numa continuidade de sinais e fragilidade que vou deixando por onde passo.”

https://www.meer.com/pt/84937-perspectiva-abaixo-do-nivel-do-mar

segunda-feira, 3 de março de 2025

REVISTA MEER - ARTIGO DE FEVEREIRO

 


O artigo de fevereiro da revista MEER

 Olho em redor, sou um habitante de ver, na sociedade que fabrica costumes. Desloco-me pela mecânica de pernas e braços e levo uma vivência urbana bem-comportada.”

https://www.meer.com/pt/84277-esplanada

domingo, 5 de janeiro de 2025

REVISTA MEER - ARTIGO DE JANEIRO

 


O artigo de Janeiro na revista MEER.

 Uma destas manhãs acordei com as mãos geladas, a cabeça tonta, a claridade a desfazer-se pelas persianas iluminando o cotão suspenso no quarto, o locutor na rádio a anunciar o caos no trânsito e eu a interrogar-me por que diabo estava o meu quotidiano, cada vez mais insignificante, anunciado em público.”

https://www.meer.com/pt/83514-um-condominio-regido-pelas-leis-da-narrativa