sábado, 29 de dezembro de 2018

DEZ ANOS

Rob Bailey

Passaram-se dez anos e um divórcio. 
Vendemos a casa de praia, mudei de cidade,  de figura  e de perspectiva. 
Ela casou de novo. 
E eu… Senti a falta da vista de mar… 



segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

A GERÊNCIA DESTA CASA



Mina Braun



A gerência desta casa deseja a todos um Bom Natal e um Próspero Ano Novo.

Parece um cliché, mas não é!

domingo, 16 de dezembro de 2018

HISTÓRIAS CURTAS

Andre Poffe

Às vezes escrevo para fazer jeito ao dedo,  até chegar aquele texto. Outras para me tornar melhor. Não é que a salvação esteja na escrita, mas um dia a vida vai acabar de qualquer maneira e a noite é demasiado longa para histórias curtas...

sábado, 8 de dezembro de 2018

MULTIOPTICAS





Para ele, que estava a perder a visão aos poucos, tornava-se agora mais importante recordar que esquecer, em especial, o dia em que a teve, com o vagar dos dedos  e dos lábios, não chegando a perceber porque não deu certo entre eles. Ficava a vê-la da janela a sair para o trabalho, onde ela passava era a parte mais bonita da rua, as feições em sintonia com os olhos miúdos e rasgados de um azul céu, os lábios grossos adornavam uma fileira de dentes perfeitos, formando uma boca que matava do coração sempre que se abria num sorriso. Sem subtilezas ofereceu-se um dia para a levar a casa. Era verão. Quando deram por isso, já se enrolavam no chão, na mesa, na máquina de lavar, num sonho com gosto de saliva e sal. 
Ela saiu ao amanhecer, sem despedidas nem número de telefone, apenas uma mensagem singela escrita com batom no espelho da casa de banho. 
"Foi bom, mas tenho consulta no oftalmologista." 
E nunca mais lhe pôs a vista em cima.

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

MÁRIO & CENTENO OS RONALDOS DAS FINANÇAS





Caros Mário & Centeno, vulgo, os Ronaldos das Finanças,

Saibam Vossas Excelências que é a segunda vez que vos escrevo sem obter resposta, percebo agora, que deve ser o Mário a receber a carta e o Centeno a deitá-la fora. A minha tia da parte da minha mãe, que não era tia, mas comadre, mas nós éramos pobres e economizávamos nas palavras e chamávamos-lhe tia, também começou a falar com as vozes interiores, ela chamava-se Maria Lucinda, a Maria fazia limpezas nas instalações da Fábrica da Pólvora na Trafaria e a Lucinda era repositora no Continente da Amadora, aquilo dava-lhe uma trabalheira cá e lá, cá e lá que era angustiante. Ora, ao que consta, o Mário pediu a Bruxelas medidas adicionais para controlar esse cativador do Centeno e como eu vos compreendo e me uno, em estreita solidariedade, ao vosso dilema pois que eu dou pelo nome de Luís Bento, se o Luís está desempregado, o Bento anda a mandá-lo arranjar trabalho. Entre as vossas milhentas ocupações, palestras, reuniões, viagens e o diabo a quatro, que afinal não veio como disse o outro, mas às vezes anda dentro das nossas cabeças quando falamos de nós na terceira pessoa, sugiro que façam umas férias para que não vos suceda como àquela minha tia Maria Lucinda, coitada que com tanta canseira acabou no Rilhafoles, às cabeçadas à parede, convencida que estava, que era uma pipoca a saltar no tacho…

sábado, 1 de dezembro de 2018

LAVAR A CARA



Não mudámos de casa.

Mudámos a casa! 

Um lifting mais leve e arejado já se impunha num espaço que andava um pouco ao abandono. Casa renovada para receber novos textos, crónicas e outras coisas, a pitta-shoarma,  batatas fritas, colaborações e um novo romance já na fase dos finalmente.