Estava exausta. Exausta de palavras e de espera. Apesar disso, sabia que ele viria e, assim, esperava. Esperava só mais uma vírgula, mais um parágrafo, para sorrir com o desvelo e o carinho das suas palavras doces e seguras. Ele acabava por chegar. Chegava sempre. Um sono tardio e incompleto num bocejo quase sorriso que lhe escancarava a porta para o encontro físico, na matemática de dois corpos que se enrolavam num algarismo mágico pleno de química e afecto, numa equação infinita onde o tempo era apenas um espaço entre linhas.