Atravessamos a tempestade
perfeita… Para além da mediocridade crónica da classe política, assistimos
também à degeneração da intelectualidade, supostamente progressista, da nossa
praça, aburguesada e perdida em serões e tertúlias, lentamente imolada na
fogueira das vaidades, do croquete e do pastel de nata. Uma juventude alienada
ou em debandada para o estrangeiro, um povo refém do liberalismo consumista,
sem vontade, anestesiado pelos fait divers do futebol e outras personagens de
pacotilha. É na dureza dos conceitos que reside a verdade e dizer a verdade é a forma mais revolucionária
de dar sentido às palavras. De outra forma não evitamos o vazio e, com ele, não
saímos do lodaçal…