Original bronze sculpture by Jesus Curia Perez — Paris Art Web |
A crónica na Revista Caliban: https://caliban.pt/urg%C3%AAncia-b3fed82e76d9#.r29qkq225
Procuro,
com urgência, morrer a tempo sobre o teu corpo enquanto o texto está
desarrumado e nós continuamos indefinidos, numa vertigem que se torna
plural.
Peço-te que fiques sempre mais um pouco, sobra de vontade, o desejo, que entre nós, se coloca, sempre, a seguir à vírgula.
Dás-me o corpo por inteiro de uma vez. Viajamos na transgressão, conspiramos contra o mundo, corremos, e ele, mais que nós.
Perdemos forças.
A vontade é um sopro que se abafa no peito em dia de finados.
Passou.
O mar continua lá, aos altos e baixos, a entrar-me pela janela.
E de repente chega a manhã longe de ti, metade incerta de um destino que já fui.
Morro um pouco em todos os lugares por onde passo e onde procuro por ti.
Nalgum
ponto da nossa vida tudo vai correr bem para os dois, se o tempo parar e
conseguirmos ser aquilo que o destino nos omitiu…
A claridade depressa se torna noite.
Derramo os últimos versos de amor no diário e aguardo que a realidade deixe de ser um incómodo.
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