Surgia assim, de mansinho, o amor apenas escorado na grandeza da palavra.
“Amo-te”…
...Assim gráfico, poderoso, desnudado, oferecendo-se generosamente sob a forma de letra sem direito a reforma ou protesto, a lembrar-lhes a simplicidade das coisas e eles, esmagados, contemplando-as assim, alinhadinhas, desafiando-os a medir a geografia do desejo onde ambos se consumiam, não tão longe quanto parecia nem tão perto quanto desejavam, adivinhando-se as formas, os olhares, os cheiros a compulsão dos corpos e o travo agridoce do sexo...
Ao diabo com o mundo, as convenções e o tempo a fugir à sua passagem! Amar era assim, uma longa história de paciência a folhear nos próximos capítulos, com assiduidade. Ele, em ebulição, a pretender-se simples, a dar-se por inteiro, sem remorso, numa dádiva, numa troca sem factura ou recibo em alegre convívio e atropelo e ela a apanhar-lhe o traço em breves pinceladas num curto esboço onde, por breves instantes, o corpo passara a noite, mas o coração hospedara a vida inteira…
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