Mostrar mensagens com a etiqueta eu. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta eu. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

SER OUTRA COISA



Wire Sculptures by Barbara Licha 

 

Esse foi o nosso pecado, julgarmo-nos imunes à superficialidade e excedermo-nos na libertinagem dos sentidos. As palavras chegam-nos sempre em segunda mão, por ouvir falar, por ler a quem já escreveu, à medida que vamos entrando na idade maior ganhamos a humildade suficiente para percebermos que não podíamos ter sido outra coisa…

 


sexta-feira, 26 de julho de 2013

NO 34 - 2º ESQUERDO, DA MINHA RUA

Trish Biddle



No trinta e quatro segundo esquerdo da minha rua, há um homem que conta histórias no papel, há casas antigas, com chaminés donde não sai fumo. Há paredes, ladrilhos e estendais. Há carros, barulho, velocidade, pombos e pardais. Há graffittis e assaltos, ternuras e tristezas, subidas e descidas, há igrejas, escola e mercearias. Na minha rua há sonhos, sortes e carências, ilusões, mentiras e desejos. Há olhares, intenções, dívidas e abraços. Há Natais, festas, música, pedras, caminhos e Pessoa… fado e futebol. Há sempre fado e futebol… Fátima é lá longe e anda esquecida. Há memória, relevâncias , excrecências , advérbios e substantivos, há gramática de afectos de tempos idos, há doces, cores, sabores, café, há tu e eu, de vez em quando, no trinta e quatro segundo esquerdo, da minha rua…