As palavras são teimosas e sem idade, sem
caminho ou companhia. O amor está parado por falta de mão-de-obra e, no final,
é sempre melhor esperar que o vento mude, enquanto se movem os girassois e a
tarde se estende com vontade de ser luar.
Esse foi o nosso
pecado, julgarmo-nos imunes à superficialidade e excedermo-nos na libertinagem
dos sentidos. As palavras chegam-nos sempre em segunda
mão, por ouvir falar, por ler a quem já escreveu, à medida que vamos entrando
na idade maior ganhamos a humildade suficiente para percebermos que não
podíamos ter sido outra coisa…