Acabei de ler, de um fôlego, o livro
“Todos os dias são meus” da autoria de Ana Saragoça, actriz, tradutora,
escritora, mulher de sete ofícios, editado pela Planeta e digo de um fôlego porque a
história, que se desenrola num prédio onde ocorreu um crime, escrita com grande
mestria, nos empurra, página após página, para a necessidade de descobrir o culpado, o quanto antes. O
ritmo é vertiginoso, todos contam a sua história com ironia fina, da porteira
ao quadro da empresa, da namorada do engenheiro que deixa a polícia com calores
aos gémeos hiper-activos, à excepção da vítima, num tom lento, terra a terra,
apagado como toda a sua figura. Ficamos a saber quem foi o culpado umas páginas
antes do fim, superiormente construído. Com prefácio de Mário de Carvalho, o livro
sendo leve, tem argumentos de peso na forma como a autora nos revela o absoluto domínio com que brinca
com as palavras. Dizem que é o primeiro romance. Aguardamos, com ansiedade, pelo segundo…