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segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

O ENTERTAINER DE BELÉM






A minha tia, da parte da minha mãe, que sempre me disse que tudo são recordações muito antes do Vítor Espadinha ameaçar o Bruno do Carvalho com duas “bufatadas”, e que sempre me gabou os dotes de escrita e outros que não posso nomear em voz alta, diz que vivemos numa terra de fanecas e besugos, com um entertainer na presidência à espera do cabal apuramento das responsabilidades sobre Tancos, mas a minha tia acha que ele só devia apurar o refogado de lentilhas e o traço com lápis número dois, para desenhar um triângulo isósceles, por causa das figurinhas que vai fazendo para as selfies. A minha tia também sempre me disse que eu era um bruto com pensamentos frívolos e carnais e eu, a bem dizer, sempre preferi a febra ao repolho, mas enquanto vou aguardando pela edição do romance e a entrevista à minha pessoa, mais à minha gata MEX que tem dois olhinhos de um verde vivo onde as papoilas saltitantes marcam mais golos que o clube das toupeiras, vou deitando um olhinho ao que se passa no país e no mundo e se, no mundo, a China já chegou ao lado oculto da lua e na Alemanha as vacas gordas foram pastar para outro lado, aqui, no rectângulo, o entertainer ligou para a “saloia da Malveira” a desejar boa sorte e a encomendar um conjunto de atoalhados.
Parafraseando o Francisco José Viegas, onde anda uma chuva de picaretas quando precisamos dela?

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