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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

BONANZA




Piada seca do dia:


Depois da tempestade vem a Bonanza...









quarta-feira, 29 de novembro de 2017

CAPITALISMO E CONTOS DE FADAS




E é assim que a sociedade moderna mata o sonho.

Branca de Neve dona de casa com os filhos à ilharga, o Príncipe nas "bejecas", não falta a televisão e as batatas fritas, algures, por ali, deve andar perdido um smartphone  e algumas contas por pagar.

MCDONALD´S






Alô? Era um menu Big Mac com batatas extra, Cola e um Sunday de chocolate, por favor!


McDonald’s. Agora o seu Big Mac pode ser entregue em casa



DESPRENDIMENTO






Ainda murmuraste algo sobre o tempo, o espaço e a verdade.


Enrolaste-te e adormeceste.


Desliguei as luzes e desprendi-me, em silêncio, dos teus sonhos.

domingo, 26 de novembro de 2017

HOTEL SUNSET





Lisboa,  Manhã de Domingo, Hotel Sunset.



sexta-feira, 24 de novembro de 2017

POLITIQUÊS




Alavancar e elencar são, a par com implementar, verbos de relevância fundamental no discurso, que um bom político não pode dispensar. Bom, subentenda-se, no sentido de bom para ele próprio, homem de fibra com muita resiliência, preparado para o stress dos timings e dos feedbacks, numa conjuntura apertada e envolvente, cujo contexto apresenta uma problemática exigente, mas nada que um briefing com os colaboradores, depois de enumerar prioridades e estabelecer compromissos, não resulte numa estratégia de curto prazo com definição de metas e objectivos, para resolver a problemática dos diversos sectores abrangidos pelo responsável, que irá definir, monitorizar e partilhar tarefas, de modo a dar resposta cabal ao tema através de medidas adequadas para o efeito e cumprir, escrupulosamente, com o respectivo deadline sem ultrapassar a linha vermelha do budget.

Perceberam?

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

ESTADO DE SECA




E "prontes!" O estado de seca extrema continua a assolar o país com especial incidência na região do Carnide. Duas Matrioskas de Moscovo para mais tarde recordar... 






sábado, 18 de novembro de 2017

DOMESTICÁLIA




Um livro que ensina a pôr na linha a criadagem e a manter o tampo da sanita quente para o senhor, a piscina limpa, sem folhas nem carumas, as pratas e os ouros a brilhar com "Duraglit", qual enfeite de Natal do Cascais Shopping, casas de banho passadas a escova de dentes nas juntas entre mármores de Carrara e uma quantidade de conselhos práticos para a arte de bem servir, é uma peça do mais fino recorte literário que vai vender "cmó caraças"...

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

MARCELO



Imagem de João Bizarro


Ele dá abraços, beijinhos, faz pantominas, dá recados e, porventura, bolhinhas com a boca. Kit Marcelo, a prenda ideal para o Natal.

A imagem é de João Bizarro e caiu-me nas mãos. Foi uma prenda!



domingo, 5 de novembro de 2017

CORPO-ROCHA






Era um tipo mais-ou-menos, que levava uma vida assim-assim, com falta de espaço na lembrança de que tudo era denso, única forma possível de habitar o corpo-rocha.

DO OUTRO LADO DO ESPELHO




Do Outro Lado do Espelho, título que remete intencionalmente para o mundo de Alice Liddell, a heroína de Lewis Carroll (1832-1898), é uma exposição temática, que tem o espelho como foco principal e que pretende demonstrar a sua presença polissémica na iconografia da arte europeia, sobretudo na pintura, mas também em obras com outros suportes, como escultura, arte do livro, fotografia e cinema.
Curadoria: Maria Rosa Figueiredo com a colaboração de Leonor Nazaré
"Grátes" aos domingos... Até Fevereiro 2018

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

SEMÂNTICA


Malika Favre

Ele era poeta e escrevia-lhe cartas, dezenas delas, por sinal, constantemente rejeitadas.
- Cheias de erros ortográficos - Dizia ela.
E ele corrigiu a ortografia e acrescentou metáforas, antíteses e outros artifícios de estilo.
- Palavras sem sentido! - Respondeu-lhe, agora, sem entusiasmo.
E assim se perdia o amor por via da semântica.

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

HEIN SEMKE



Hein Semke

"O certo é que se dizem as coisas um bocado antes da fúria. Somos assim, os portugueses, a nossa pacatez é uma alma cristã um bocado antes da fúria."

valter hugo mãe, In JL 23/12/2015

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

ILESOS




 




Ele era de luas, apetites, fragilidades e mau feitio… 
Ela aceitava gritos, desculpas e o facto de ele ser mesmo assim. 
Ele ofereceu-lhe pomada para as nódoas negras, ela deitou-lhe veneno na sopa. 

Há corpos onde pertencemos… e outros de onde não saímos ilesos.


quarta-feira, 25 de outubro de 2017

O QUE IMPORTA



 



É como diz o outro: 

" O que importa é o que interessa e o que interessa é que é importante..."

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

WAITING







Love was a gentle hold, at night, in a never ending story …

terça-feira, 17 de outubro de 2017

WALTER HUGO MÃE



Lucie Birant em cargoncolective.com


"Os milagres são a pura realidade. As pessoas e a possibilidade de, no fim do dia, sermos como crianças outra vez. Dispostos a arriscar e a sofrer tudo de novo, para perdurarmos juntos."

valter hugo mãe, In JL 6/1 

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

TARDE







Foi numa tarde cinzenta, de despedida, que te guardei e é aí que, de vez em quando, te vou buscar. Sinto a respiração profunda e o um certo alívio ao fechar os olhos e fingirmos que nada aconteceu.

FOLIO





Começa Hoje!!

A terceira edição do FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos até 29 de Outubro, sob o tema Revoluções.

A programação completa do FOLIO está disponível aqui e informações adicionais podem ser consultadas na página Óbidos Vila Literária.

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

TRANQUILIDADE



Martin Wehmer

A razão envenena a tranquilidade e o tédio agarra-se ao corpo como réptil viscoso, porque não desce o anjo a anunciar a inutilidade da impaciência já que tudo é curto e finito?


quarta-feira, 11 de outubro de 2017

MADONNA NAÇÃO VALENTE







Por estes dias, os jornais mostram uma Nação Valente que se levanta com o futebol, que já se esqueceu de Pedrógão, da dívida, da seca, mas que não perde um episódio da Madonna em Portugal a fazer lembrar os livros da Anita: Madonna tossiu, Madonna espirrou, Madonna procura casa, Madonna monta a cavalo, Madona ficou feliz com a selecção. neste rectângulo provinciano a correr em grande lufa-lufa, rapidamente e em força, a caminho do Portugal dos Pequeninos!

terça-feira, 10 de outubro de 2017

A CASA DAS LETRAS



Lourdes Castro, Palavras e duas casas, Gulbenkian

Uma casa é uma máquina de morar.

Le Corbusier 


quinta-feira, 5 de outubro de 2017

O NOBEL DA LITERATURA






"Nós somos casas muito grandes, muito compridas. É como se morássemos apenas num quarto ou dois. Às vezes, por medo ou cegueira, não abrimos as nossas portas."


António Lobo Antunes


Não, não foi para o Lobo Antunes, o Nobel foi para Kazuo Ishiguro - "Para fazer o mundo feliz". Desta vez, sem direito a viola ou harmónica...

A ÚLTIMA CENA





Photo by Tom Barrett on Unsplash


Nem chegou a saber o que aconteceu no jantar. 
Uns acordes de jazz, Miles Davis a acompanhar bebida e discussão,
uma dor de cabeça, outra de alma 
e os olhos vazios presos na última cena.


terça-feira, 3 de outubro de 2017

LISBONVILLE - LOJAS



LISBONVILLE


Já não se desentope como antigamente...

DAR OUVIDOS A VAN GOGH



Pinterest Barry Kite



Noite Estrelada, Beatles, impressões e expressões. Dar ouvidos a Van Gogh...

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

POR MUROS NUNCA DANTES NAVEGADOS


Alcântara


As armas e os barões assinalados... Por muros nunca de antes navegados...

domingo, 24 de setembro de 2017

A FÁBRICA DE NADA



Exposição Portugal Flagrante Centro de Arte Moderna Gulbenkian


Hoje fui ver A Fábrica de Nada, em conjunto com Eu, Daniel Blake e São Jorge completei a trilogia em torno de um maior denominador comum: o desemprego. Se em Eu, Daniel Blake nos sentimos esmagados perante a falta de sensibilidade da funcionária da Segurança Social imune ao desespero de quem espera uma resposta, uma solução ou um milagre e se em São Jorge nos confrontamos com o mundo dos abutres das "cobranças difíceis, em A Fábrica de Nada expõem-se causas, dramas, conflitos no interior da engrenagem capitalista, no seu ritmo inexorável de confronto e derrube de qualquer tentativa de resistência, assistimos ao discurso dos trabalhadores cuja única exigência é ter trabalho, ao discurso dos intelectuais sobre o fetichismo mercantilista, da actualidade de Marx, blá, blá, blá, do protagonismo do tempo, personagem pesada no drama do desemprego. No final,  abre-se uma porta de esperança na figura  da auto-gestão, no confronto discursivo entre o trabalhador e o intelectual no acerto de contas social que resume tudo a uma única frase: A divisão não se faz, hoje, entre Esquerda e Direita, mas entre os que querem viver no sistema e o aceitam, ainda que em regime de escravatura e aqueles que estão dispostos a abdicar dos telemóveis , dos carros e do conforto capitalista, luta inglória num tempo em que cada vez há mais gente a querer passar para o outro lado, num mundo em que a vida particular se desmorona para além do dinheiro e da crise, do divórcio e dos amigos que se evaporam, dos colegas iludidos na velha máxima de que só acontece aos outros, mas ela está aí, a porta entreaberta de esperança, indicada no filme com um caminho a seguir: Resistimos? 

A não perder.



quarta-feira, 12 de julho de 2017

REVISTA LION


https://issuu.com/isabeloliva-teles/docs/revista_lion__net_

A Revista Lion teve a gentileza de me entrevistar. entre as memórias da escrita, os romances e autores preferidos, significados e esperanças, sobressaem duas páginas de entrevista excelentemente conduzida pela Isabel Moreira numa revista de grande qualidade e de impacto social.

domingo, 9 de julho de 2017

O POETA LUNÁTICO



Pinterest

A minha crónica na Revista Caliban

A mãe dissera-lhe, em pequeno, que se fosse sozinho na vida seria um cabeça no ar e ele encolhia os ombros e voltava-se para a floresta que se estendia à sua frente, emoldurada na janela do casarão antigo, herança de família que muito custava a manter hoje por força das finanças. A casa fora ganha ao jogo pelo seu bisavô, que roído pelo remorso, distribuíra todo seu dinheiro e propriedades por gente necessitada deixando o imóvel a cargo da família. Do alto da copa de três castanheiros voaram alguns corvos que lhe pareceram abutres atrás do cheiro de carne putrefacta de guerreiros japoneses tombados numa planície. Tinha noção do tamanho fértil da sua imaginação perdida no meio de índios e cowboys da infância, naves espaciais e legionários romanos. Para além da imaginação, fazia versos. A mãe tinha apreço, como dizia habitualmente, por ele se mostrar um rapaz sensível, mas temia que isso se tornasse numa imprudência. A poesia, com o que ele deitava cá para fora, podia ser um óptimo divã para psicanálise, mas colocava-o em risco ao expor de forma tão desabrida o que lhe ia na alma e poderia acabar por ter que pagar uma tremenda factura. Em pequeno, era um rapaz muito linear, contido nas palavras que não fossem poéticas. Gostava de ficar, aos domingos de manhã, a ver documentários sobre bichos, florestas exóticas, populações indígenas e logo a seguir ao almoço, lia as tiras de banda desenhada dos jornais depois do pai fazer as palavras cruzadas. Durante a tarde dormitava e lia uns versos de Sophia, à noite, para tirar o fastio das letras via um episódio do Homem Aranha no canal dois. Nas suas leituras e pensamentos sobrava espaço para pensar na morte por encontrar nela uma harmonização, uma espontaneidade disponível e democrática. A sua dedicação ao estudo da poesia e da morte, o seu interesse em forças ocultas e temas de baixo relevo no pensamento filosófico cresceu com a idade adulta e advinha da sua convicção de não se sentir propriamente dotado para o que quer que fosse, interessando-se por aquilo que os outros consideravam não ter interesse. Isso trazia-lhe alguma auto-estima pela superioridade do seu gosto pelo artístico e pelo sublime. Achava que ser normal era muito mais difícil e dava muito mais trabalho, sendo mais fácil abandonar-se a uma estrutura minimalista, outras vezes achava que era precisa muita coragem para se sentir perdido e que a realidade era, por si só, suficiente para o fazer perder tempo e que ele só inventava coisas porque estava desempregado, era alarve, insaciável e manifestamente indecoroso, contendo-se para não ficar refém da felicidade.

sábado, 8 de julho de 2017

PAÍS A PRAZO







"Num país em que tudo é a prazo, empregos a prazo, contratos a prazo, relações amorosas a prazo, ele sentia-se fora de prazo porque ainda não conseguira trabalho.
A rotina de um desempregado é demolidora. Mergulhava numa angústia terrível de cada vez que se sentava à secretária para seleccionar os anúncios adequados ao seu perfil. Enviava dezenas de cartas todos os dias. Raramente recebia um telefonema para se apresentar numa entrevista (...) a primeira coisa que um desempregado perde é o orgulho. Mais tarde também perde a compaixão dos que o apoiam."

IN,  O Tibete de África. Margarida Paredes



quarta-feira, 5 de julho de 2017

COVA DA MOURA









5 de Julho de 2017, dia de visita guiada ao Bairro da Cova da Moura através do guia da Associação Moinho da Juventude. Um olhar diferente sobre um bairro de gente jovem, que se esforça por manter uma cantina social que serve refeições diárias a crianças e aos mais necessitados. Mesmo ali em frente, na Força Aérea, alguns oficiais faziam contabilidade criativa na messe, mais batata menos batata, triplicavam preços e praticavam ilícitos enquanto outros lutavam contra a carência. Mais batata menos batata, estabelecem-se prioridades, responsabilidades e ética ou falta dela. Siga a Marinha...

 

sexta-feira, 16 de junho de 2017

PRÉMIO NACIONAL DE LITERATURA LIONS DE PORTUGAL


Cerimónia de entrega na Quinta da Salmanha 15/06/17





Surpreendido e muito feliz, é como me sinto por ter sido distinguido com o Prémio Nacional de Literatura Lions de Portugal pela novela "Psicopatia das Pessoas de Bem". 

O Prémio Nacional de Literatura Lions de Portugal, no valor de 2.500 euros, destina-se­ a galardoar o autor de uma novela inédita, através do qual, a Associação Internacional de Lions Clubes - Distrito Múltiplo 115, patrocinada pela Fundação Lions de Portugal, pretende contribuir e estimular a produção e divulgação desta produção literária inédita junto da população em geral. O Prémio, que nas edições anteriores galardoou o escritor João Morgado e a escritora Patrícia Reis veio, desta forma, trazer um forte contributo e incentivo para uma escrita irreverente e uma maior responsabilidade para o futuro. Quero agradecer, também, o carinho e a simpatia de todos quantos tornaram este 15 de Junho  grande e ajudam a tornar grandes, os dias de todos os outros, através da sua actividade de voluntariado e intervenção social de uma entidade que conta já com cem anos de existência.