terça-feira, 30 de outubro de 2018
O MATRECO
"Diz-se às vezes da poesia
O que o matreco diz
de uma mão sem pulso."
IN, Histórias Muito Pequenas e Muito Más
Vasquinho Dasse
segunda-feira, 15 de outubro de 2018
sexta-feira, 5 de outubro de 2018
NO PROGRAMA
Poster Mostra Pública e poesia urbana - 1/2 | É a vida Alvim 3/10/2018
E assim se passou uma manhã em excelente companhia. Grato ao Alvim e a toda a equipa pela sua generosidade e capacidade de divulgação de coisas novas que se fazem por aí.
quarta-feira, 3 de outubro de 2018
É A VIDA ALVIM
E hoje fui um dos convidados do programa É a vida Alvim do Fernando Alvim, no Canal Q, juntamente com o Bruno Pereira e a Rita Braz para falar de Posters, Poesia, literatura, bric-à-brac e mais umas botas. O programa passa, hoje, à meia noite, na posição 98 da MEO, 70 da NOS e 19 da VODAFONE.
Resta-me agradecer ao Alvim pela sua generosidade e capacidade de divulgação de coisas novas que se fazem por aí e a toda a equipa.
segunda-feira, 1 de outubro de 2018
FOI BONITA A FESTA, PÁ!
Recebendo o prémio das mãos do presidente da União de freguesias de Fânzeres/S. Pedro da Cova Pedro Miguel Vieira
Sessão de auógrafos
Apresentação do livro pela Cláudia Maria Neves, entre Maria José Cardoso e Pedro Miguel Vieira
Para além do prémio monetário e da edição do livro, uma peça muito bonita
"Há, efectivamente, mais vida para além do Orçamento e mais vida para além de Lisboa. Com ideias e vontade se vai desenhando o futuro. Quero aqui registar o meu apreço pelas iniciativas de âmbito cultural levadas a cabo pela Junta da União das freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova."
Palavras ditas na 24ª edição do Prémio Nacional de Poesia da Vila de Fânzeres que volto a sublinhar e, mais uma vez, registar o meu agradecimento pela amizade, pelo carinho, pela forma como fui tratado pela organização do Prémio, que culminou numa cerimónia com música e poesia na Casa de Montezelo, com apresentação do livro pela Cláudia Maria Neves e excelente declamação de alguns poemas selecionados por Cidália Santos.
http://www.fanzeres-saopedrodacova.pt/index.php/noticias-2/noticia/34-destaque-2/1910-premio-nacional-de-poesi
https://www.wook.pt/livro/des-existir-do-improviso-luis-bento/22239960
http://www.fanzeres-saopedrodacova.pt/index.php/noticias-2/noticia/34-destaque-2/1910-premio-nacional-de-poesi
https://www.wook.pt/livro/des-existir-do-improviso-luis-bento/22239960
sábado, 15 de setembro de 2018
TEMOS LIVRO!
Lançamento do Livro vencedor - da 27.ª edição do Prémio Nacional de Poesia da Vila de Fânzeres
"Des Existir do Improviso", de Luís Bento 30 de setembro | 21h30 | Casa de Montezelo.
A Cerimónia contará com um momento Musical e declamação de Cidália Santos.
No final será servido um Porto de Honra
sexta-feira, 3 de agosto de 2018
CENTRO DE ESTUDOS MÁRIO CLÁUDIO
O meu texto "A Pintora em Festa", foi incluído na Antologia de Contos 2018 do Centro de estudos Mário Cláudio o que me deixa orgulhoso e reconhecido. Grato ao júri e à organização!
quarta-feira, 18 de julho de 2018
VACA LEITEIRA
A gerência deste blog adverte que qualquer semelhança entre este personagem e uma "vaca leiteira" é pura coincidência do foro bovino.
sexta-feira, 29 de junho de 2018
NADADOR SALVADOR
Escritores desempregados, candidatos a emprego sazonal como nadadores-salvadores no litoral alentejano, pensam em metáforas e metonímias sobre o mar enquanto salvam pessoas.
quinta-feira, 31 de maio de 2018
27ª edição Prémio Nacional Vila de Fânzeres 2018
http://fanzeres-saopedrodacova.pt/index.php/noticias-2/noticia/34-destaque-2/1832-luis-bento-vencedor-de-poesia
A Junta das Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova anuncia com agrado, que o concorrente Luís Alberto Gonçalves Bento foi o vencedor da 27.ª edição do Concurso Nacional de Poesia da Vila de Fânzeres, com a obra “Des Existir do Improviso”, pseudónimo Miguel Barbosa.
O Prémio Nacional de Poesia, com início em 1990, conseguiu afirmar-se nesta jovem Vila – Fânzeres, tendo conseguido ultrapassar, quer as fronteiras da freguesia, quer do concelho de Gondomar, com concorrentes de todo o território Nacional.
É com enorme alegria que verificamos o aumento de participantes nesta 27.ª edição, tendo já ultrapassado a meia centena, facto que já não se verificava há mais de 20 anos, bem como a excelente qualidade das obras apresentadas, facto salientado pelo júri.
A Junta de Freguesia, motivada também pela crescente participação e carinho demonstrado pelos concorrentes ao longo destes anos, pretende dar continuidade a este prémio, valorizando todos aqueles que têm uma grande paixão por este género literário.
Queremos, por último, agradecer a colaboração inestimável dos membros do júri, Luís Fonseca Raimundo, editor executivo da Chiado Editora, Professoras Maria Olinda Soares e Maria Augusta Lopes, que que com entusiasmo e dedicação, analisaram as obras apresentadas.
O Prémio Nacional de Poesia, com início em 1990, conseguiu afirmar-se nesta jovem Vila – Fânzeres, tendo conseguido ultrapassar, quer as fronteiras da freguesia, quer do concelho de Gondomar, com concorrentes de todo o território Nacional.
É com enorme alegria que verificamos o aumento de participantes nesta 27.ª edição, tendo já ultrapassado a meia centena, facto que já não se verificava há mais de 20 anos, bem como a excelente qualidade das obras apresentadas, facto salientado pelo júri.
A Junta de Freguesia, motivada também pela crescente participação e carinho demonstrado pelos concorrentes ao longo destes anos, pretende dar continuidade a este prémio, valorizando todos aqueles que têm uma grande paixão por este género literário.
Queremos, por último, agradecer a colaboração inestimável dos membros do júri, Luís Fonseca Raimundo, editor executivo da Chiado Editora, Professoras Maria Olinda Soares e Maria Augusta Lopes, que que com entusiasmo e dedicação, analisaram as obras apresentadas.
Surpreendido e muito feliz, é como me sinto por ter sido distinguido com a 27ª Edição do Prémio Nacional da Vila de Fânzeres. Recebi a notícia no dia da defesa da Dissertação de Mestrado, uma grata surpresa que tornou o meu dia bem melhor. Resta-me ainda agradecer o carinho, a simpatia e a condução do processo burocrático por parte da Drª Maria José Cardoso. Uma distinção que, obviamente, constitui um excelente incentivo para mais produção literária.
segunda-feira, 21 de maio de 2018
TODOS OS DIAS SÃO MEUS
Acabei de ler, de um fôlego, o livro
“Todos os dias são meus” da autoria de Ana Saragoça, actriz, tradutora,
escritora, mulher de sete ofícios, editado pela Planeta e digo de um fôlego porque a
história, que se desenrola num prédio onde ocorreu um crime, escrita com grande
mestria, nos empurra, página após página, para a necessidade de descobrir o culpado, o quanto antes. O
ritmo é vertiginoso, todos contam a sua história com ironia fina, da porteira
ao quadro da empresa, da namorada do engenheiro que deixa a polícia com calores
aos gémeos hiper-activos, à excepção da vítima, num tom lento, terra a terra,
apagado como toda a sua figura. Ficamos a saber quem foi o culpado umas páginas
antes do fim, superiormente construído. Com prefácio de Mário de Carvalho, o livro
sendo leve, tem argumentos de peso na forma como a autora nos revela o absoluto domínio com que brinca
com as palavras. Dizem que é o primeiro romance. Aguardamos, com ansiedade, pelo segundo…
segunda-feira, 7 de maio de 2018
NOS 200 ANOS DE KARL MARX
Só Karl Marx com o
seu materialismo dialéctico e a exploração do homem pelo homem estava certo: tudo
o que existe e move o mundo é material. Tudo o que existe e é material, e faz
mover o mundo leva à exploração do homem, assim, se desmaterializarmos, na
essência e na substância, aquilo que faz mover o mundo, conseguimos explorar o
homem sem ele dar por isso…é a essência e a substância das redes...
quinta-feira, 3 de maio de 2018
RETRATO DO ARTISTA QUANDO JOVEM
Retrato do artista quando jovem...
E quando "vamos à terra" e descobrimos, na casa da avó, aquela fotografia de fevereiro de 1966, dos "Studios Silva Couto", em Campolide, onde hoje existe um cabeleireiro. Tradicionalmente, a fotografia era tirada ou a simular um telefonema, agarrado ao aparelho ou com um peluche. Marketing e modas de outras eras...
segunda-feira, 23 de abril de 2018
FRAGMENTO
Medium |
Sou um fragmento sem explicação, sem porto de partida nem ninguém para esperar à chegada. Somos vítimas do abismo feito de lençóis e da vontade do verão em querer ir embora, uma improbabilidade matemática na poeira cósmica e infinita do universo, onde só interessa a linha de crédito a seis meses, sem juros e a náusea que sinto já não sei porquê. Ontem tinha menos anos que hoje, menos rugas e mais paciência. Família? Vai bem obrigado! Ainda acordo, sem grandes certezas, todas as manhãs, ainda moro na mesma rua, na mesma casa, no mesmo corpo.
Desencontrámo-nos. O tempo corre depressa, eu penso devagar
E nesse hiato poético,
Anoiteço.
Desencontrámo-nos. O tempo corre depressa, eu penso devagar
E nesse hiato poético,
Anoiteço.
quarta-feira, 11 de abril de 2018
EXCELENTÍSSIMO SR. DR.RONALDO DAS FINANÇAS
HenriCartoon
|
EXCELENTÍSSIMO SR. DR. RONALDO DAS FINANÇAS
A minha tia da parte da
minha mãe dizia que eu levava jeito para a escrita e para incomodar os
“grandes” com assuntos desagradáveis, para além disso sou também doente
oncológico, desempregado de longa duração e bom observador. Constato, por isso,
com relativa facilidade, que vossa excelência domina com excelsa mestria, a conjugação
dos verbos com a terminação em “AR”, a saber: Cobrar, Pagar, Identificar... Vem
isto a propósito do facto de vossa excelência ter afirmado, recentemente, que
tinha identificado o problema da quimioterapia pediátrica do Hospital de São João
no Porto, ora caríssimo Mário Centeno, o que se pretende não é que o senhor
tire o bilhete de identidade ao problema, mas, tão só, que se disponha a usar verbos
com outras conjugações terminadas, por exemplo, em “IR”: Intervir, Agir, pois
creia-me vossa excelência que essa minha tia, coberta de razão, achava que os
afazeres de um político se mediam pela bitola de um “vulgar de Lineu”
administrador de condomínio: receber as quotas e proceder à manutenção do edifício
com os elevadores a funcionar. Ora, na prática, acredito piamente que se tenham
lembrado de lançar esta notícia cá para fora, para mostrar “àqueles gajos do
teatro” que não há dinheiro para a cultura, boa malha! Que nisto da política, há
quem diga que é a arte do possível, opinião partilhada pela minha tia, que
acreditava serem (alguns) políticos verdadeiros artistas. Eu já não reclamo com
a falta de papel higiénico nos WC’s de alguns hospitais ou que a enfermeira não
tenha agulhas finas e espete, na mão, um ferro digno de aplicação equídea
quando vamos às consultas, mas as crianças Senhor… apanhadas por uma doença
traiçoeira ainda terem que ganhar calo e resistência para aquilo que vão
suportar nos hospitais do SNS na vida adulta é que já é demasiado. Por isso, e
para concluir, sei que vossa excelência, no atapetado vetusto dos gabinetes
ministeriais não se apercebe que esta situação dói mais que o diferencial entre
0,7% e 0,9% do deficit “para inglês ver”, mas veja lá, pela sua saudinha, se
brevemente começa a conjugar o verbo “libertar verbas para os Hospitais”…
De Vossa Excelência
Atentamente
LB
quarta-feira, 21 de março de 2018
POESIA DA PRIMAVERA
sexta-feira, 2 de março de 2018
GENTE SÉRIA
Casa cheia, num final de tarde, na Livraria Ferin, ontem, dia 1 de Março. Hoje, dia 2, já está lido. Retratos de uma época, épocas, episódios que reconhecemos dos tempos em que "íamos à terra", numa escrita por vezes dura e sarcástica, frequentemente observadora, de tal modo nos transporta para os espaços onde se move a riqueza das personagens criadas com esmero que nos obriga à leitura compulsiva.
Um caso sério... de literatura!
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018
CENTRO DE EMPREGO
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018
ATHENA
Adicionar legenda |
A minha crónica na Revista Athena:
por Athena
A REVOLUÇÃO – por Luís Bento
Ao certo não sabia qual fora a deixa para entrar em cena. Se o sorriso precário marcado a amarelo torrado, difuso e cinza do tabaco, se a singeleza da herança genética.
O pai exasperara-se com a progressão linear, sempre às arrecuas, para uma existência chã e sem brilho, e demandara por Lisboa para emendar a vida acabando por gretar as mãos nos andaimes. A mãe a servir em casa de uns senhores, embevecida com as histórias que ouvia em serões de tertúlia sobre os feitos e bravatas de Gonçalo Mendes da Maia – O Lidador – Achara-lhe graça, juntara os trapos e baptizara o rebento com o nome de Gonçalo, a desaguar num castrador Gongas longe dos desígnios de sucesso e grandeza, sem direito ou recurso a contestação, com Deus a brincar com a sua inocência e o destino a passar rasteiras.
Para além da singeleza da herança genética, fintara letras e algarismos na escola, tirando a ferros, distinta formação em sessões contínuas de matraquilhos. Dali até à idade legal passara menos de um fósforo e aí arranjara trabalho na fábrica de cablagens, acabando por perdê-lo na idade madura e derretera, no imediato, todas as esperanças. Vivia na ignorância, a manifestar-se pelo escárnio e pela agressividade a cujo binómio complacente juntara o ócio e um grão na asa ocasional.
Farto de ruminar apetites e vontades ao ritmo afiado do infortúnio, com duas prestações da casa em mora e o gás por pagar, mais uma série de minudências dessas com paradeiro incerto, decidira-se pela revolução numa noite de borga, escudando-se para isso, no sólido argumento de duas grades de “mines” com o qual convencera dois vizinhos, convictos benfiquistas, sempre prontos para a pancada. Fiat Uno de mil novecentos e noventa e quatro, uma granada de recordação da Guiné, uma faca de mato de ir às lapas nos pontões da Cova do Vapor e a “flóber” que o padrinho lhe oferecera à entrada da adolescência. De olho nos preparativos do exército, a mulher assomara à janela do primeiro andar, ainda a limpar um pratinho da extinta cerâmica de Sacavém com o desenho de um cavaleiro empinado, brandindo uma espada, que o tio coxo encontrara numa obra em que mandou umas paredes abaixo, movida pela curiosidade daquela saída extemporânea ficando a saber que eles iam a Lisboa fazer uma revolução que já era tempo… Encolheu os ombros entre o enfado e a saturação e lembrou-lhe que, de caminho, passasse pela Damaia lá por casa do sogro e pedisse vinte “éros” para que não lhe cortassem o gás no dia seguinte.
De vez em quando, apesar do esforço, não se furtava à visita de médico que o passe social lhe permitia. Lá ia ele, com o saquinho da Zara com o tupperware dos restos do almoço, suportar, no olhar, o peso da reprovação pelo plasma, o telemóvel, o aparelho dos dentes do miúdo, mais o gajo do banco a ligar por causa do buraco na conta, cratera sem fundo, à sombra de juros, mora e comissões que lhe reduzira o orçamento à condição de destroço. Achava que chegara a hora de contrariar o destino, os anos de ócio e imprevidência.
O carro transpirava fadiga dos metais na descida da rampa dos cabos de Ávila, num esforço digno de registo no manual de mecânica, rangendo fissuras e desequilíbrios quase a chegar aos oitenta com o vento pelas costas. O plano fora delineado pelo caminho abrindo garrafas a eito, sem dó nem piedade: tomar de assalto a RTP anunciando aos microfones a revolução e tomada de reféns se fosse preciso.
Roncavam, a sono solto à entrada dos emissores quando, ao amanhecer, sentiram umas pancadas secas e vigorosas no vidro do condutor e um olhar farejador e inquisitorial ornamentado com uma farda da Securitas a demandar sobre o que se passava ali.
A manivela a baixar o vidro que só desceu pela metade e o Gongas, ainda estremunhado, a esticar o pescocinho fino e esguio e a inclinar, com sacrifício, a cabeça pondo a testa de fora e, de olhos semi-cerrados, a articular aos bochechos que vinham fazer uma revolução…
Pois vão lá revolucionar para outro lado!! Andor que isto aqui não é a Santa Casa!!
O Gongas olhou para os companheiros esbugalhados, as grades de mines vazias e a vontade aflitiva de mudar a água às azeitonas e aceitou, e agradeceu, com um aceno reverencial, o empurrãozinho para ajudar o Fiat a pegar decidindo, naquele momento, abortar o golpe de estado. Na descida do Monsanto deu uma olhadela de soslaio ao ponteiro da gasolina a cavalgar a reserva e viu que ainda ia muito a tempo de meter para a IC19…
O sol já despontava e o trânsito começava a engrossar. Se se despachasse, ainda o apanhava, era só suportar o tal olhar, um saltinho à Damaia e… sacar vinte euros ao velho para não lhe cortarem o gás…
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